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“Publique ou pereça” – o perigo dos artigos científicos falsos

Nomes como Leonardo da Vinci e Michelangelo ficaram marcados na história por meio de suas pinturas e esculturas. Para os pesquisadores, as “obras de arte” que os promovem são os artigos científicos. Essa pressão por se colocar no radar, visando ao reconhecimento e ao progresso acadêmico, tem levado a consequências preocupantes — entre elas, a proliferação de artigos científicos falsos!

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O fenômeno

A cultura do publish or perish (publique ou pereça) valoriza publicações e citações acima de qualquer coisa, o que resulta em práticas de pesquisa questionadoras. Por exemplo, pesquisadores tendem a enfatizar, de maneira exagerada, o impacto das descobertas de pesquisa, a fim de tornar o trabalho mais atraente aos editores das revistas científicas.[1] Além disso, houve a ascensão de organizações criminosas que vendem autorias científicas, conhecidas como paper mills (fábricas de papel).[1] 

O resultado da disseminação desses textos científicos falsos é o comprometimento do desenvolvimento da pesquisa, inclusive na área médica.[2] A indústria farmacêutica já sente o impacto dessa prática, pois o desenvolvimento de medicamentos está sendo prejudicado.[2]Em 2020, John Carlisle, médico anestesista do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra, analisou 500 estudos e identificou que 26% destes não eram confiáveis.[3]

Estima-se que, em 2023, o número anual de artigos retratados por periódicos de pesquisa ultrapassou, pela primeira vez, a marca de 10.000.[2] Segundo dados recentes, a editora Wiley, com mais de 200 anos de mercado, retratou mais de 11.300 artigos comprometidos e fechou quatro periódicos, com previsão de fechar outros 19 no futuro.[4] Nas palavras da Prof.ª Dr.ª Bishop, da Universidade de Oxford, “a situação se tornou assustadora”.[2] Segundo a pesquisadora, em muitos campos está sendo difícil construir uma abordagem cumulativa para o assunto, pois está faltando uma base sólida de descobertas fundamentadas.[2]

Enquanto os perigos dos artigos científicos falsos são uma preocupação crescente, o avanço da tecnologia, especialmente na área da inteligência artificial (IA), traz uma nova dimensão à escrita acadêmica. Com as ferramentas de IA se tornando cada vez mais sofisticadas, o processo de criação de artigos científicos está se transformando. No entanto, essa revolução tecnológica também levanta questões sobre a qualidade, a autenticidade e a integridade dos trabalhos produzidos por sistemas automatizados.

O papel da inteligência artificial na pesquisa científica

Um dos assuntos mais comentados atualmente é o papel da IA em diversas áreas do conhecimento. Tal ferramenta trouxe profundas mudanças, incluindo na produção e na publicação de artigos científicos. Estudos recentes mostraram um aumento de certos termos na escrita acadêmica, como “louvável”, “intricado” e “meticulosamente”, que se tornaram mais comuns após o lançamento do ChatGPT — o que levanta suspeitas de que 1% de todos os artigos publicados em 2023 podem ter textos gerados por IA.[5] Essa situação também suscita questionamentos a respeito de plágio. Afinal, existe plágio das palavras geradas por uma máquina?[6] Sendo assim, analisando os dois lados da moeda, temos:

Benefícios do uso da IA na pesquisa científica

  • Automação de processos, como triagem de literatura;
  • Apoio na redação científica, sugerindo melhorias e correções no texto.

Riscos do uso da IA na pesquisa científica

  • Produção de conteúdo científico fraudulento, ao gerar textos sem embasamento;
  • Aumento do plágio, através da reprodução não intencional de textos existentes;
  • Uso de IA pelos periódicos predatórios, ao aceitarem artigos de baixa qualidade, gerados pelas máquinas e sem verificação de originalidade.

Saiba mais!

“AI reveals huge amounts of fraud in medical research | DW News”

Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=X85ZNjlHrPk

Vigilância e ética

A era digital está remodelando o cenário acadêmico, trazendo tanto avanços quanto desafios. Nesse contexto, a integridade e a qualidade da pesquisa científica nunca foram tão cruciais. Pesquisadores precisam estar atentos não apenas à originalidade e à relevância de seus trabalhos, mas também à escolha criteriosa de periódicos confiáveis e à adoção de práticas éticas rigorosas.

Diante dos fatos, é vital que a comunidade acadêmica desenvolva e adote práticas rigorosas de revisão por pares, além de investir em ferramentas capazes de detectar fraudes. A utilização responsável da IA, aliada ao compromisso com a produção de ciência de qualidade, é essencial para o desenvolvimento de novas pesquisas originais e úteis. Além disso, é necessário um olhar atento de profissionais capacitados, que poderão contribuir de maneira significativa para a produção científica.

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Na Atlas Assessoria Linguística, entendemos as complexidades do processo de publicação em periódicos de alto impacto. Nossa equipe, composta por profissionais experientes e que colabora diretamente com grupos de pesquisa em todo o Brasil, está pronta para oferecer suporte completo.

Desde a seleção do periódico ideal para o seu estudo, formatação, tradução e todo apoio linguístico até a tão esperada publicação, garantimos que sua pesquisa alcance o reconhecimento que merece, mantendo sempre a integridade e a excelência acadêmica-científica. Descubra como a Atlas pode auxiliá-lo a converter o desafio de “publique ou pereça” em uma oportunidade de “publique e prospere”!

Referências

  1. Bouter L. Fake academic papers are on the rise: why they’re a danger and how to stop them [Internet]. The Conversation. 2024. Disponível em: https://theconversation.com/fake-academic-papers-are-on-the-rise-why-theyre-a-danger-and-how-to-stop-them-224650
  2. McKie R. “The situation has become appalling”: fake scientific papers push research credibility to crisis point. The Guardian [Internet]. 2024. Disponível em: https://www.theguardian.com/science/2024/feb/03/the-situation-has-become-appalling-fake-scientific-papers-push-research-credibility-to-crisis-point
  3. Van Noorden R. Medicine is plagued by untrustworthy clinical trials. How many studies are faked or flawed? Nature [Internet]. 2023; 619(7970): 454–8. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-023-02299-w
  4. Rao D. The alarming rise of fake science. The Week [Internet]. 2024. Disponível em:  https://theweek.com/science/rise-of-fake-science-fraudulent-papers
  5. Gray A. ChatGPT “contamination”: estimating the prevalence of LLMs in the scholarly literature. arXiv (Cornell University). 2024 Mar 25; 
  6. Kwon D. AI is complicating plagiarism. How should scientists respond? Nature [Internet]. 2024 Jul 30; Disponível em:  https://www.nature.com/articles/d41586-024-02371-z 

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