A nova abordagem
A partir de 2025, a CAPES implementará três procedimentos para a classificação dos artigos [3]:
Primeiro: a classificação será por meio dos indicadores bibliométricos dos veículos de publicação, de modo semelhante ao modelo anterior, mas com a classificação recaindo, majoritariamente, sobre o artigo científico, deixando em segundo plano o desempenho da revista.
Segundo: os indicadores serão extraídos diretamente do artigo científico. Será possível combinar dois tipos de elementos: os qualitativos, como índices de citação e indicadores alternativos, como menções em sites e redes sociais e número de downloads; e os qualitativos ligados ao periódico, valorizando revistas de acesso aberto de boa qualidade ou relevância nacional, como as indexadas na coleção SciELO [1].
Terceiro: a análise qualitativa será baseada em fatores e metodologias definidos pela área de avaliação, considerando a pertinência do tema abordado, o avanço conceitual e a contribuição científica do estudo [3]. Souza Filho afirma que essa metodologia permitirá avaliar de maneira mais precisa diferentes artigos publicados em uma mesma revista [1].
Essa mudança permitirá que artigos publicados no mesmo periódico recebam classificações distintas, baseadas em seus méritos individuais [4]. De acordo com o diretor, nos procedimentos 1 e 2, os artigos serão classificados em oito níveis, enquanto, no procedimento 3, receberão conceitos em uma escala de “muito bom”, “bom”, “regular”, “fraco” e “insuficiente” [1].
A adaptação também trará novos desafios aos editores dos periódicos nacionais. Eles poderão enfrentar uma maior demanda por submissões e precisarão investir em estratégias de divulgação para melhorar os indicadores altimétricos de seus artigos, seja na imprensa, seja nas redes sociais. “Sempre fui crítico do Qualis, porque esse sistema prejudicava as revistas científicas do Brasil. Agora, nossos periódicos de qualidade poderão ter a visibilidade que merecem por receberem pesquisas relevantes que temos publicado em periódicos de fora do Brasil”, conclui Sigmar de Mello Rode, presidente da Associação Brasileira de Editores Científicos [1].
Enquanto a CAPES promete divulgar os documentos orientadores detalhando os procedimentos em março de 2025, os pesquisadores aguardam com expectativas e incertezas. Essas diretrizes deverão trazer mais informações sobre como a nova metodologia será implementada e de que forma os pesquisadores e programas de pós-graduação poderão se adaptar às novas exigências.