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Qual a influência do fator de impacto do periódico na minha pesquisa?

O fator de impacto é uma métrica amplamente usada para avaliar a relevância de periódicos científicos com base no número médio de citações que os artigos publicados recebem. Apesar de sua importância no cenário científico, essa métrica levanta debates sobre sua influência na escolha dos periódicos para publicação e na avaliação de pesquisadores.

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Criado por Eugene Garfield em 1955, o fator de impacto é calculado pela Clarivate Analytics e serve como referência para medir a visibilidade de periódicos no cenário científico. O fator de impacto pode desempenhar diferentes papéis na trajetória de um pesquisador, influenciando tanto a visibilidade quanto as decisões estratégicas relacionadas à publicação de artigos científicos. Publicar em periódicos com alto fator de impacto, por exemplo, aumenta significativamente as chances de que sua pesquisa seja encontrada, citada e reconhecida globalmente​ [1].

Contudo, críticos apontam que essa métrica não reflete diretamente a qualidade individual dos artigos e pode privilegiar temas que são “tendências” e periódicos de países desenvolvidos, limitando a representatividade global [2].

Qual a influência positiva do fator de impacto na minha pesquisa?

O fator de impacto é reconhecido como uma métrica poderosa para impulsionar a visibilidade e o reconhecimento de trabalhos científicos. Publicar em periódicos de alto impacto pode aumentar a probabilidade de sua pesquisa alcançar uma audiência global, atraindo colaborações e citações que fortalecem sua relevância no campo. Vejamos, a seguir, alguns pontos positivos do fator de impacto para a pesquisa científica.

1. Aumento da visibilidade

Publicações em periódicos de alto impacto tendem a alcançar um público maior, aumentando a probabilidade de citações e a disseminação do trabalho na comunidade científica [3]. Isso é especialmente importante para temas de interesse global, pois garante que suas descobertas alcancem pesquisadores em diferentes áreas e regiões. Além disso, a maior visibilidade pode levar a convites para conferências e colaborações internacionais, fortalecendo ainda mais o impacto de sua pesquisa [1, 3].

2. Reconhecimento profissional 

Trabalhos em revistas renomadas são considerados um marco de excelência, contribuindo para a construção de uma reputação sólida para o pesquisador [1]. Essa credibilidade pode abrir portas para oportunidades de trabalho, participações em redes colaborativas de pesquisa e até mesmo cargos de liderança em projetos de grande porte. O reconhecimento em revistas de alto impacto também pode diferenciar o pesquisador em processos seletivos e premiações [1].

 

3. Facilidade de financiamento

Pesquisas publicadas em periódicos de alto impacto podem ser vistas como mais relevantes por agências de fomento, facilitando o acesso a recursos financeiros [2]. Muitas vezes, esses periódicos funcionam como uma vitrine para destacar a importância de uma pesquisa, aumentando sua competitividade em editais e chamadas internacionais. A associação com revistas de alto impacto também pode atrair o interesse de parceiros privados e instituições globais, fortalecendo a sustentabilidade de projetos de longo prazo [2, 3].

E quais são os pontos negativos dessa métrica para a minha pesquisa?

Apesar de sua popularidade, o fator de impacto é alvo de críticas significativas no meio científico. Embora seja uma métrica útil para avaliar a visibilidade dos periódicos, ele não reflete necessariamente a qualidade individual dos artigos publicados, criando uma dependência excessiva de índices numéricos que podem distorcer o verdadeiro impacto da pesquisa. A seguir, vejamos com mais detalhe alguns pontos negativos.

 

1. Desigualdade regional

O fator de impacto reflete desigualdades regionais, favorecendo periódicos de países desenvolvidos que possuem maior visibilidade e acesso a redes de distribuição mais amplas. Periódicos de regiões como a América Latina enfrentam dificuldades para competir nesse cenário, já que muitas vezes dependem de recursos limitados e possuem menor alcance internacional. Essa desigualdade compromete a representatividade científica global, perpetuando a subvalorização de pesquisas locais e regionais​ [4].

 

2. Privilegiar quantidade sobre qualidade

A pressão para publicar em grande volume pode comprometer a originalidade e a profundidade das pesquisas [1]. Em alguns casos, essa cultura de “publicar ou perecer” leva pesquisadores a priorizarem artigos que atendam a demandas editoriais ou temas em alta no mercado científico em detrimento de trabalhos que possam representar contribuições inovadoras, mas que demandam maior tempo de preparação [4]. 

Segundo o 3º Boletim Anual do Observatório de Ciência, Tecnologia e Inovação 2022, publicado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, o Brasil ocupava a 13ª posição no ranking internacional de produção científica naquele ano. Esse desempenho foi impulsionado pelo aprofundamento das pesquisas em áreas consideradas estratégicas para o país, como biodiversidade, inovação, sustentabilidade, enfrentamento da COVID-19 e outras complicações epidemiológicas, além de saúde coletiva e mental [5]. No entanto, essa priorização resultou na negligência temporária de outras áreas importantes, como as pesquisas relacionadas a doenças crônicas. O documento, ainda, identifica fortalezas e lacunas no cenário nacional, oferecendo subsídios fundamentais para a formulação de políticas públicas e parcerias estratégicas.

O relatório Panorama das Mudanças na Pesquisa no Brasil, divulgado em 2024 pela Clarivate Analytics em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, aponta que o Brasil manteve a 13ª posição mundial em produção de artigos científicos, registrando 458.370 publicações entre 2019 e 2023 [6]. Ainda em relação à publicação de temas em alta, o Brasil tem se destacado em áreas estratégicas. Por exemplo, o país está entre as 20 nações com mais publicações entre 2019 e 2023 sobre inteligência artificial, totalizando mais de 6.000 publicações científicas registradas na base Web of Science nesse período [7].

 

3. Revistas predatórias e práticas antiéticas

A busca desenfreada por publicações incentivou o crescimento de revistas predatórias, que exploram a métrica sem garantir rigor científico [1, 2]. Essas revistas cobram taxas altas para a publicação de um artigo e não garantem revisões rigorosas, comprometendo a qualidade e a credibilidade das pesquisas. Além disso, práticas editoriais reprováveis, como autocitação excessiva e manipulação de índices, com frequência são empregadas para inflar artificialmente o fator de impacto de algumas revistas​ [1, 4].

 

4. Impacto desigual entre as áreas do conhecimento

O fator de impacto não é uma métrica uniforme entre áreas do conhecimento. Muitas vezes, disciplinas como ciências naturais e biomédicas são favorecidas, pois possuem alta rotatividade de citações — expressão que se refere à frequência com que as referências em artigos científicos são substituídas ou atualizadas ao longo do tempo, podendo ser devido a mudanças nos focos de pesquisa, avanços tecnológicos ou evolução do conhecimento em determinada área [7]. Por sua vez, áreas como ciências humanas e sociais têm menor representatividade e rotatividade, criando uma percepção de menor relevância científica nesses campos. Essa disparidade afeta o financiamento e a valorização de pesquisas em áreas menos citadas, mas igualmente importantes​ [4].

Além disso, o uso indiscriminado do fator de impacto pode levar a escolhas editoriais menos estratégicas, com foco excessivo em índices em vez de na relevância pública do periódico. Os pesquisadores podem, também, enfrentar desafios éticos e práticos ao submeter seus trabalhos para revistas que priorizam lucro sobre qualidade científica [3]. Embora o fator de impacto seja uma ferramenta valiosa, é essencial ser usado com cautela e complementado por outras métricas que avaliem a qualidade e a relevância do trabalho científico. Promover debates e mudanças no sistema de avaliação pode criar um ambiente mais justo e inclusivo para a ciência global [2].

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Referências

1. Revistas predatórias e ciência de baixo impacto: cortando o mal pela raiz [Internet]. Jornal da USP. 2024. Disponível em: https://jornal.usp.br/artigos/revistas-predatorias-e-ciencia-de-baixo-impacto-cortando-o-mal-pela-raiz/

2. Fator de Impacto: prós e contras | Instituto Oswaldo Cruz [Internet]. Fiocruz.br. 2024. Disponível em: https://www.ioc.fiocruz.br/noticias/fator-de-impacto-pros-e-contras

3. Elsevier. 5 tips for publishing in a high-impact journal [Internet]. Elsevier Connect; 2024. Disponível em: https://www.elsevier.com/connect/5-tips-for-publishing-in-a-high-impact-journal

4. ‌Miglioli S. INFLUÊNCIA E LIMITES DO FATOR DE IMPACTO COMO MÉTRICA DE AVALIAÇÃO NA CIÊNCIA. RPA [Internet]. 9º de janeiro de 2018 [citado 30º de dezembro de 2024]; 11(3):17-33. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/17263

5. CGEE apresenta panorama da produção científica no Brasil e no mundo [Internet]. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. 2023. Disponível em: https://encurtador.com.br/u4Qi3

6. Folhapress. Brasil fica em 13o em produção científica no mundo e vê queda nos últimos anos [Internet]. Jornal do Comércio. 2024. Disponível em: https://encurtador.com.br/zE3sW

7. Dudziak E. Relatório Clarivate revela que Brasil produziu 6,3 mil estudos sobre inteligência Artificial de 2019 a 2023 – ABCD – Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais [Internet]. ABCD – Agência de Bibliotecas e Coleções Digitais. 2024. Disponível em: https://encurtador.com.br/YW8aC

8. Boyack KW, Eck van, Colavizza G, Waltman L. Characterizing in-text citations in scientific articles: A large-scale analysis. arXiv (Cornell University). 2017 Jan 1. https://doi.org/10.48550/arXiv.1710.03094

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