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Nova classificação de artigos da CAPES: o que muda na avaliação quadrienal da pós-graduação?

A avaliação quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) passará por uma grande transformação a partir de 2025. Em substituição ao antigo sistema Qualis Periódicos, a nova abordagem focará a classificação de artigos científicos, valorizando o conteúdo produzido, e não apenas o periódico no qual foi publicado. Essa mudança reflete uma evolução nas métricas de avaliação, alinhando-se às demandas contemporâneas da produção científica. Mas será que isso irá, de fato, beneficiar os pesquisadores?

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O sistema Qualis da CAPES, criado nos anos 2000, classifica os periódicos científicos em estratos que variam de A1 (mais elevado) a C, baseando-se em critérios como impacto e relevância. Entretanto, essa classificação não será mais utilizada a partir do quadriênio de 2025 a 2028, a ser finalizada em 2029 [1]. Segundo o diretor da avaliação da CAPES, Antonio Gomes de Souza Filho, “é uma mudança conceitual. A avaliação deve se concentrar na qualidade e na classificação do artigo e não somente no desempenho bibliométrico da revista científica em que ele foi publicado” [1]. 

A notícia tem gerado dúvidas e críticas dentro no mundo científico, principalmente devido à possibilidade de análises subjetivas, o que poderá prejudicar a avaliação dos artigos científicos. Menciona-se também a criação de “bolhas”, aumentando o índice de autocitações e prejudicando a ascensão de novos pesquisadores [2].

A nova abordagem

A partir de 2025, a CAPES implementará três procedimentos para a classificação dos artigos [3]:

Primeiro: a classificação será por meio dos indicadores bibliométricos dos veículos de publicação, de modo semelhante ao modelo anterior, mas com a classificação recaindo, majoritariamente, sobre o artigo científico, deixando em segundo plano o desempenho da revista.

Segundo: os indicadores serão extraídos diretamente do artigo científico. Será possível combinar dois tipos de elementos: os qualitativos, como índices de citação e indicadores alternativos, como menções em sites e redes sociais e número de downloads; e os qualitativos ligados ao periódico, valorizando revistas de acesso aberto de boa qualidade ou relevância nacional, como as indexadas na coleção SciELO [1].

Terceiro: a análise qualitativa será baseada em fatores e metodologias definidos pela área de avaliação, considerando a pertinência do tema abordado, o avanço conceitual e a contribuição científica do estudo [3]. Souza Filho afirma que essa metodologia permitirá avaliar de maneira mais precisa diferentes artigos publicados em uma mesma revista [1].

Essa mudança permitirá que artigos publicados no mesmo periódico recebam classificações distintas, baseadas em seus méritos individuais [4]. De acordo com o diretor, nos procedimentos 1 e 2, os artigos serão classificados em oito níveis, enquanto, no procedimento 3, receberão conceitos em uma escala de “muito bom”, “bom”, “regular”, “fraco” e “insuficiente” [1].

A adaptação também trará novos desafios aos editores dos periódicos nacionais. Eles poderão enfrentar uma maior demanda por submissões e precisarão investir em estratégias de divulgação para melhorar os indicadores altimétricos de seus artigos, seja na imprensa, seja nas redes sociais. “Sempre fui crítico do Qualis, porque esse sistema prejudicava as revistas científicas do Brasil. Agora, nossos periódicos de qualidade poderão ter a visibilidade que merecem por receberem pesquisas relevantes que temos publicado em periódicos de fora do Brasil”, conclui Sigmar de Mello Rode, presidente da Associação Brasileira de Editores Científicos [1].

Enquanto a CAPES promete divulgar os documentos orientadores detalhando os procedimentos em março de 2025, os pesquisadores aguardam com expectativas e incertezas. Essas diretrizes deverão trazer mais informações sobre como a nova metodologia será implementada e de que forma os pesquisadores e programas de pós-graduação poderão se adaptar às novas exigências.

Impactos positivos e negativos da nova metodologia da CAPES

Nenhuma mudança vem sem um pouco de desconforto. Essa nova abordagem tem levantado questionamentos e preocupações, principalmente após a recente publicação da CAPES nas redes sociais sobre o assunto, que gerou uma série de comentários por parte dos pesquisadores [2].

Em suma, a implementação da nova metodologia de avaliação da CAPES promete trazer avanços importantes para a ciência brasileira, mas também gera preocupações que precisam ser discutidas pela comunidade científica. A seguir, reunimos os principais impactos positivos e negativos dessa mudança.

 

Pontos positivos

  1. Valorização da qualidade individual: A nova abordagem, centrada na avaliação individual dos artigos, permite, em teoria, maior reconhecimento de trabalhos de alto impacto, independentemente do prestígio do periódico onde foram publicados. Isso incentiva pesquisadores a focar a qualidade intrínseca de suas produções.
  2. Fortalecimento de periódicos nacionais: O modelo pode beneficiar periódicos científicos brasileiros, que passarão a ser vistos como opções mais atrativas para publicações de alto impacto. Isso cria a possibilidade de periódicos nacionais ganharem maior relevância científica e visibilidade internacional.
  3. Flexibilidade na avaliação: Ao adotar critérios que consideram tanto aspectos bibliométricos quanto qualitativos, o sistema amplia as possibilidades de avaliação e valoriza a diversidade de contribuições científicas.

 

Pontos negativos

  1. Favorecimento da autocitação: O foco em citações pode incentivar práticas de autocitação excessiva, inflando artificialmente os índices de impacto de certos artigos e comprometendo a integridade científica.
  2. Formação de “carteis” científicos: Há o risco de surgirem grupos de pesquisadores que priorizam citar trabalhos entre si, concentrando a visibilidade em um círculo restrito e excluindo produções de fora desse grupo.
  3. Criação de “bolhas” científicas: O modelo pode favorecer temas “em alta”, marginalizando assuntos nichados ou de relevância local, essenciais para a diversidade e a inovação no campo científico.
  4. Prejuízo para artigos recentes: Trabalhos publicados no fim do ciclo avaliativo podem ser penalizados por não terem tempo suficiente para acumular citações, um dos critérios avaliativos propostos.

A nova metodologia centrada nos artigos representa um avanço ao valorizar a qualidade intrínseca dos trabalhos e possibilitar análises mais detalhadas de suas contribuições. No entanto, a transição exigirá adaptações por parte de pesquisadores, instituições e periódicos, com foco na relevância científica e no impacto social das pesquisas. O fortalecimento de periódicos nacionais e a promoção da diversidade temática serão essenciais para evitar práticas como autocitação excessiva ou concentração em temas populares. Com uma implementação transparente, a mudança pode consolidar a ciência brasileira no cenário global.

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Referências

1. Schmidt S. Qualis-periódicos será substituído por classificação com foco nos artigos [Internet]. Fapesp.br. 2024]. Disponível em: https://encurtador.com.br/zOLN3

2. CAPES/MEC no Instagram: “O processo avaliativo passará a focar na classificação dos artigos publicados e não mais no periódico onde o texto foi divulgado. A mudança será aplicada no ciclo 2025 a 2028. Desta forma, as revistas científicas não serão mais classificadas pelo Qualis Periódicos, como vem ocorrendo até o ciclo avaliativo que se encerra este ano. A mudança foi aprovada na reunião do CTC-ES de setembro e os documentos orientadores das novas regras serão publicados de forma detalhada em março de 2025. Entenda todo o processo em gov.br/capes #CAPES #Avaliação #ClassificaçãodeArtigos” [Internet]. Instagram. 2024. Disponível em: https://encurtador.com.br/ucJM1

3. CAPES adotará classificação de artigos na avaliação quadrienal [Internet]. CAPES. 2024. Disponível em: https://encurtador.com.br/MxpcA

4. Capes adotará classificação de artigos na avaliação quadrienal [Internet]. Campus Virtual Fiocruz. 2024. Disponível em: https://encurtador.com.br/vKChZ

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